terça-feira, 22 de maio de 2012

TECNOLOGIA ASSISTIVA: muitos conceitos, novas descobertas

Ao ter contato com o termo Tecnologia Assistiva pela primeira vez, achei tratar-se apenas da utilização de equipamentos/dispositivos tecnológicos, mais propriamente baseados em tecnologias digitais, para apoiar pessoas com limitações das mais diversas ordens, sejam físicas, de aprendizado, dentre outras. Ao ler os materiais sugeridos para o seminário de TA, a ser conduzido pelas colegas Adriany e Priscila, descobri que é muito mais do que isso.

Podemos entender Tecnologia Assistiva como um conjunto de recursos (incluindo equipamentos, produtos, práticas e serviços), dotados de recursos tecnológicos ou não, que visam promover a inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais ao contexto da sociedade atual. Dessa forma, um recurso de TA pode ser tanto uma cadeira de rodas, uma bengala ou uma prótese, que apoiam e auxiliam à mobilidade, quanto softwares de computador que sejam acessíveis a pessoas com diferentes limitações, como, por exemplo, leitores de tela para apoiar usuários com restrições visuais, dentre outros.

O texto de Teófilo Galvão1, por sua vez, afirma que Tecnologia Assistiva é um conceito novo, ainda em construção, com várias classificações e definições em diferentes países, o que amplia o entendimento de TA para além da utilização de equipamentos ou ferramentas, incluindo também a criação de manuais, normas, estratégias e metodologias, dentre outros, que favoreçam a inclusão e autonomia do indivíduo com necessidades especiais.

Diante dos vários conceitos abordados nos textos e relacionado a TA, que vão dos mais abrangentes aos mais restritivos, um dos que mais me chamaram a atenção foi o conceito de Desenho Universal, que, ainda segundo Teófilo Galvão, “[…] trás consigo a ideia de que todas as realidades, ambientes, recursos, etc., na sociedade humana, devem ser concebidos, projetados, com vistas à participação, utilização e acesso de todas as pessoas.”, e que ainda “[...] transcende a ideia de projetos específicos, adaptações e espaços segregados, que respondam apenas a determinadas necessidades.”. Para o autor, todas as pessoas, sejam portadoras ou não de necessidades especiais, deveriam ser contempladas nos projetos de ambientes, recursos, softwares, dentre outros, evitando separar e classificar os sujeitos em “com” ou “sem” limitações, possibilitando uma sociedade mais inclusiva e justa para todos.

Particularmente, gosto muito do viés inclusivo, potencializador da inclusão social, do conceito de Desenho Universal, também por ele envolver outros grupos excluídos socialmente, como, por exemplo, as camadas mais carentes da população. Porém, tenho várias dúvidas sobre o conceito, inclusive a respeito da sua aplicação, principalmente por tratar-se de algo que precisaria atender às mais variadas necessidades, o que poderia até inviabilizar uma possível implantação.

Será que na intenção de projetarmos um software, por exemplo, que pudesse ser utilizado por toda e qualquer pessoa, independente de possuir alguma deficiência ou não, não poderíamos, de certa forma, dada a abrangência do artefato, criar um produto que não consiga atender bem a ninguém? Será que a solução, nesse caso, não seria que todo e qualquer software (ainda no mesmo exemplo) pudesse ser “completado”, via plugins (programas que adicionam novos recursos/funcionalidades) a depender da necessidade?

E quais as potencialidades das TA´s no contexto educacional, principalmente no que diz respeito a uma educação autônoma, emancipadora, participativa e colaborativa? Estamos fazendo da educação algo nos moldes do Desenho Universal? Em que sentido? São apenas provocações!!!!

Tecnologia Assistiva é um tema muito atraente, que gera ótimas e enriquecedoras discussões. Um ótimo seminário para todos nós!


1GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? In: MACHADO, G. J. C.; SOBRAL, M. N. (Orgs.). Conexões: educação, comunicação, inclusão e interculturalidade. 1 ed. Porto Alegre: Redes Editora, p. 207-235, 2009.

Imagem disponível em: www.sect.am.gov.br/noticia.php?cod=7618

terça-feira, 15 de maio de 2012

As tecnologias móveis favorecendo a inclusão digital

Atualmente, é difícil pensar em comunicação e informação sem mencionar as tecnologias digitais móveis. A mobilidade foi, sem dúvida, um dos grandes avanços pelos quais a computação passou, proporcionando uma maior disponibilidade de acesso aos recursos computacionais, independente de hora ou lugar.

O desenvolvimento das tecnologias sem fio (wireless) e dos equipamentos digitais móveis (celulares, smartphones, notebooks, dentre outros), deu liberdade para que possamos nos comunicar, estudar, trabalhar, ou simplesmente nos entreter, mudando a forma como nos relacionamos com outras pessoas e com os espaços urbanos. As cibercidades, definidas por Lemos (2007) como cidades que possuem infra-estrutura de redes que possibilitam a conexão e comunicação dos mais variados dispositivos móveis, se constituem em novos ambientes de acesso à informação e a comunicação, os chamados “territórios informacionais”, definidos pelo autor como “[...] áreas de controle do fluxo informacional digital em uma zona de intersecção entre o ciberespaço e o espaço urbano”. (2007, p. 128).
 
Os equipamentos digitais móveis se constituem, também, em importantes dispositivos de participação e engajamento político-social das mais diversas ordens. Podemos, por exemplo, acompanhar a todo instante várias situações que talvez não tivessem a mesma magnitude não fossem as transmissões, muitas em tempo real, proporcionadas pelos registros feitos em dispositivos digitais móveis. Os protestos do mundo árabe, envolvendo o oriente médio e o norte da África, por exemplo, foram amplamente divulgados através de vídeos das manifestações feitos pelas câmeras de aparelhos celulares e smartphones, que varreram o mundo através das redes sociais, com o intuito de informar a população mundial a respeito da repressão que os habitantes dessas regiões padecem.
 
Dentre as inúmeras vantagens das tecnologias móveis, uma que me chama bastante atenção diz respeito ao seu potencial inclusivo. Ao meu ver, os dispositivos móveis e a mobilidade podem favorecer os processos de inclusão digital por vários motivos, principalmente pela redução do custo de comunicação e disponibilidade de uso.

O custo de um aparelho celular, mesmo o dos smartphones mais simples, dotados de recursos para navegação web, geralmente é mais baixo que o de um computador, o que ampliaria a possibilidade de aquisição por pessoas de renda mais baixa, o que, de fato, já se comprova, visto a forte presença do telefone celular junto à grande parte da população. Aliado a isso, as pessoas poderiam utilizar os hotspots públicos, cada vez mais comuns nas grandes cidades, o que dispensaria o custo de possuir uma infraestrutura de conexão à internet em suas residências.

A facilidade de portar os aparelhos menores (smartphones, tablets ou mesmo os celulares), também aumenta as possibilidades do acesso a dados e informações a qualquer momento e em qualquer lugar, possibilitando uma comunicação permanente entre as pessoas. Além do acesso, as possibilidades de produzir e socializar informação, a comunicação bidirecional (“todos-todos”) típica das mídias “pós-massivas”, também são ampliadas, uma vez que os dispositivos são mais facilmente transportados e possuem uma maior autonomia de bateria.

Os processos comunicacionais são cada vez mais fortemente facilitados pelas tecnologias digitais móveis. A inclusão sócio-digital pode se constituir em mais uma das vantagens proporcionadas por essas tecnologias, não só no que tange à redução no custo de aquisição do hardware como também por potencializar e ampliar um maior fluxo comunicacional entre as pessoas, favorecendo práticas coletivas e também colaborativas de socialização, de troca de informações e de construção do conhecimento.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Seminário sobre convergência

Contribuindo com a discussão a ser realizada no seminário dos colegas Maria Helena e Pedro, trago alguns pensamentos e, claro, inquietações referentes à temática.

A palavra convergência, no sentido de direção, tender a um mesmo ponto, me remete a ideia de rigidez e controle, através da centralização, que pode levar à uniformização. Contudo, quando falamos em convergência, mais especificamente a convergência digital, a ideia de controle, ao menos em certo ponto, cai por terra.
A convergência entre algumas das tecnologias presentes em nosso cotidiano - computador, televisão, telefone.. - possibilita que um maior número de pessoas tenha acesso aos recursos digitais disponibilizados para essas plataformas, permitindo um maior alcance à informação, uma vez que eles, separados, não teriam o mesmo potencial.

Porém, muito mais do que simplesmente articular diferentes mídias, penso que a grande força da convergência digital está, justamente, em favorecer a interatividade entre seus usuários, onde o antigo espectador, ou telespectador, passa a ter muito mais poder de decidir, de opinar, de interferir, enfim, de participar mais diretamente do processo de produção de conteúdo, ao invés de apenas reagir mediante alternativas previamente definidas (mudar de canal, por exemplo). As pessoas passarão de meros receptores  a criadores de conteúdo, de opinião, de conhecimento, através de uma cada vez mais intensa troca de informações.

Dentro desse contexto, a Tv digital apresenta inúmeras possibilidades futuras de participação e intervenção dos usuários, não mais telespectadores. As potencialidades apresentadas são inúmeras, inclusive a de que possamos interferir diretamente na programação, por exemplo, algo muito maior do que apenas expressar nosso ponto de vista, passando, também, a ter o controle da situação.

Uma questão que me surge no momento, mais especificamente com relação a Tv Digital, foi (é e será) a necessidade do estabelecimento de novos padrões e a criação de plataformas que possibilitem a execução de aplicações, além dos cuidados com a infraestrutura que suportará a circulação das informações.

Pois bem, além de pensarmos nas questões técnicas, creio que seja de fundamental importância refletir sobre o alcance da Tv Digital à todas as camadas da população, principalmente as mais carentes, que normalmente têm mais dificuldade de acesso às “novidades tecnológicas”. Nesse sentido, penso ser fundamental a criação de políticas públicas que favoreçam essa inclusão, inclusive a qualidade dessa inclusão, principalmente no que tange a redução dos custos dos serviços de conexão e de hardware.

Uma das premissas poderia partir do incentivo à melhoria da infraestrutura de conexão e comunicação, promovendo a entrada de novos provedores com melhores e maiores backbones de alto desempenho. Aliado a isso, seria de fundamental importância estimular a utilização de software livre na criação de aplicações para a Tv Digital, aplicações abertas e livres, que potencializariam a interação e a participação de um maior número de pessoas na criação e circulação de conteúdo para essa nova realidade.

Para “pôr lenha” na discussão: mesmo com alguns autores desassociando a convergência de um dispositivo tecnológico em especial, atualmente é realmente possível separar a convergência das tecnologias digitais?

Um ótimo debate a todo nós!!!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Seminário sobre interatividade – 08/05/12

Amigos,

próximo dia 08, terça-feira, eu, Sigmar e Ugo traremos para a discussão o tema INTERATIVIDADE, por isso, gostaríamos e agradeceríamos bastante a participação dos(as) companheiros(as) de disciplina na construção do nosso seminário. Sintam-se à vontade para alterar, sugerir temáticas, concordar, discordar....enfim, remixar o nosso plano para o seminário, que segue abaixo:

Proposta de plano para o seminário:

1) Conceitos básicos de interatividade
. O que é interatividade?
. Interatividade X Interação
. Conceito de ‘interacionismo’
. Níveis de interatividade - Podemos falar em níveis?
 
2) Propostas de discussões:
. Interação e socialização
. Existe a possibilidade de um terceiro, fora do processo de interação, avaliar o grau de interatividade?
. As tecnologias digitais potencializam a interatividade? Como?
. Seria possível construir um sistema computacional que possa avaliar a interatividade?

3) Interatividade e educação: potencialidades para o aprendizado

4) Interfaces
. Exemplos de recursos interacionais


Abraços!